pinheiro_reinaldo@hotmail.com

...

sábado, 19 de dezembro de 2009

Natal


Nas vésperas do Natal, me surpreendi com a clareza e a verdade com que o Martinho Lutero, o reformador, fala da Mãe de Deus. “Deus não recebeu sua divindade de Maria; todavia, não segue que seja consequentemente errado afirmar que Deus foi carregado por Maria, que Deus é filho de Maria, e que Maria é a Mãe de Deus. Ela é a Mãe verdadeira de Deus, a portadora de Deus.
Maria amamentou o próprio Deus; Ele foi embalado para dormir por ela, foi alimentado por ela, etc. Para o Deus e para o Homem, uma só pessoa, um só filho, um só Jesus, e não dois Cristos. Mesmo que tenha duas naturezas.” (Martinho Lutero, “Nos Conselhos e na Igreja”, em 1539)
“Não pode haver nenhuma dúvida que a Virgem Maria está no céu. Como isso aconteceu, nós não sabemos. E já que o Espírito Santo não nos revelou nada sobre isso, não podemos fazer disso um artigo de fé. É suficiente sabermos que ela vive em Cristo.”
Ao colocar Maria como a portadora de Deus, Martinho Lutero eleva Maria como pedra preciosa, dizendo: “Maria é a mulher mais elevada e a pedra preciosa mais nobre no Cristianismo depois de Cristo. Ela é a nobreza, a sabedoria e a santidade personificadas. Nós não poderemos jamais honrá-la o bastante. Contudo, a honra e os louvores devem ser dados de tal forma que não ferem a Cristo nem às Escrituras.” (Martinho Lutero, Sermão na Festa da Visitação em 1537.)
Honrar o filho é honrar a mãe por Ele: “Devemos honrar Maria como ela mesma desejou e expressou no Magnificat. Louvou a Deus por suas obras. Como, então, podemos nós exaltá-la? A honra verdadeira de Maria é a honra a Deus, louvor à graça de Deus. Maria não é nada para si mesma, mas para a causa de Cristo. Maria não deseja com isso que nós a contemplemos, mas, através dela, Deus.” (Martinho Lutero, Explicação do Magnificat, em 1521.)
Em clima de Natal em 1522, pronunciava estas palavras: “É a consolação e a bondade superabundante de Deus, o homem pode exultar por tal tesouro: Maria é sua verdadeira mãe, Jesus é seu irmão, Deus é seu Pai.” (Martinho Lutero, Sermão de Natal de 1522.)
“Maria é a Mãe de Jesus e a Mãe de todos nós, embora fosse só Cristo quem repousou no colo dela… Se ele é nosso, deveríamos estar na situação dele; lá onde ele está, nós também devemos estar e tudo aquilo que ele tem deveria ser nosso. Portanto, a mãe dele também é nossa mãe..” (Martinho Lutero, Sermão de Natal de 1529.)
“Cristo era o único filho de Maria. Das entranhas de Maria, nenhuma criança além dEle. Os ‘irmãos’ significam realmente ‘primos’ aqui: a Sagrada Escritura e os judeus sempre chamaram os primos de ‘irmãos’.” (Martinho Lutero, Sermões sobre João 1-4, 1534-39)
Afirma Lutero: ‘Ela nos ensina como devemos amar e louvar a Deus, com alma despojada e de modo verdadeiramente conveniente, sem procurar nele o nosso interesse. Ora, ama e louva a Deus com o coração simples e como convém a quem o louva simplesmente porque é bom. Aqueles que amam com coração impuro e corrompido, aqueles que, de maneira semelhante à dos exploradores, procuram em Deus o seu interesse, não amam e não louvam a sua pura bondade, mas pensam em Si mesmos e só consideram quanto Deus é bom para eles mesmos.
A religiosidade verdadeira, portanto, é louvor a Deus incondicionado e desinteressado.’ ‘Maria – escreve a seguir Lutero – não se orgulha da sua dignidade nem da sua indignidade, mas unicamente da consideração divina, que é tão superabundante de bondade e de graça que Deus olhou para uma serva assim tão insignificante e quis considerá-la com tanta magnificência e tanta honra.
Ela não exaltou nem a virgindade nem a humildade, mas unicamente o olhar divino repleto de graça. (p.561 do Livro de Martinho Lutero,‘Maria Mãe dos Homens’).
Ao observar aquilo que se realiza nela, nós podemos contemplar o estilo habitua de Deus. Enquanto os homens são atraídos pelas coisas grandes, Deus olha para baixo, para tirar de um nada, daquilo que é ínfimo, desprezado, mísero e morto, algo de precioso, digno de honra, feliz e vivo. (p.547 do Livro de Martinho Lutero,‘Maria Mãe dos Homens’).
A Mãe de Jesus, portanto, aparece em Lutero como o puro reflexo do olhar divino. Ela não atrai a nossa atenção sobre si, mas leva-nos a olhar para Deus. Maria não quer ser um ídolo; não é Ela que faz, é Deus que faz todas as coisas. Deve ser invocada para que Deus, por meio da vontade dela, faça aquilo que pedimos. (pp.574-575 do Livro de Martinho Lutero ‘Maria Mãe dos Homens).
Que a Mãe de Deus, nos ajude a celebrar, com renovado ardor, esse Natal e nos faça, cada vez mais, verdadeiros discípulos de Mestre Jesus de Nazaré.
***
SIAM - Serviço de Informação da Arquidiocese de MaringáAssessoria de Imprensa 44 3227-1706 44 9952-2324

Nenhum comentário:

Postar um comentário